O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse hoje
(30), em entrevista coletiva, que, se for eleito, reduzirá pela metade o número
de ministérios em seu governo e extinguirá pelo menos um terço dos cargos
comissionados existentes hoje. Segundo ele, isso não significa que todas as
áreas atendidas pelos 39 ministérios atuais não sejam importantes, mas sim que
precisam ser “desburocratizadas”.
“Existe um grupo trabalhando no redesenho do Estado brasileiro,
comandado por aquele que eu considero o mais eficiente gestor público, o
ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia. Estamos conversando para
redesenhar o Estado brasileiro”, disse o candidato, sem antecipar quais
ministérios serão cortados.
Segundo Aécio, pelo menos um terço dos ministérios pode ser extinto
“imediatamente”, de modo a reduzir “o gigantismo do Estado” e melhorar a gestão
pública. Além disso, ele disse que, nas áreas em que for possível, vai
estabelecer regime de metas aos funcionários públicos para estimular a melhor
prestação de serviços públicos. “O meu governo será o da meritocracia e da
eficiência.”
Antes da entrevista coletiva à imprensa, o candidato prometeu a
empresários de diversos setores reunidos em Brasília para sabatina promovida
pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que fará um choque de
infraestrutura no país se for eleito em outubro. Segundo ele, a medida terá que
ser tomada em parceria com o setor privado e a partir da atração de capital
interno e investimentos estrangeiros.
“Isso criará o ambiente propício para [o país] retomar a capacidade de
investimento e voltar a crescer. Mas 2015 já está precificado pelo atual
governo. Pela própria situação da Petrobras, que precisará ser redefinida. Tudo
isso deve ser orientado pela manutenção da solidez dos nossos pilares
macroeconômicos. O superávit será o possível e será feito de forma
absolutamente transparente, diferentemente do que ocorre hoje.”
Na sabatina, o tucano se comprometeu a construir uma agenda comercial “e
não ideológica como é hoje”. Pare ele, “o que deve prevalecer não é o interesse
de um governo”. Aécio Neves defendeu investimentos no setor energético e
garantiu que retomará o programa do etanol. Para ele, a Petrobras é vítima das
medidas do atual governo. “Estamos na contramão do mundo ao subsidiar
combustível fóssil. Temos que enfrentar de forma clara a questão do gás e criar
regras claras” afirmou, acrescentando ainda que é necessário buscar novas
fontes de energia alternativa, como a biomassa, “que, só com o que São Paulo
produz, poderia nos fornecer energia equivalente à [da Usina] de Belo Monte”.
Entre as prioridades elencadas, o presidenciável defendeu a retomada das
negociações com outras regiões do mundo e a criação de mecanismos que estimulem
a internacionalização das empresas nacionais com o fim da bitributação. Aécio
disse que a atual política tenta incentivar esse movimento do setor privado, ao
mesmo tempo em que o “Fisco desestimula”.
Alinhando o discurso a uma das principais demandas dos empresários, o
tucano ainda garantiu um combate “diário” ao custo Brasil. “O Brasil ainda é
uma economia fechada. Mas isso tem que ser feito com estratégia. Temos que
criar as condições de competitividade, com choque de infraestrutura em parceria
com setor privado e aumento de produtividade da economia”, defendeu.
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário