O tempo é curto e Aécio Neves, o
candidato à Presidência do PSDB, tem uma semana para reverter a distância que o
separa das concorrentes - Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) - e
assim seguir vivo nestas eleições. Caso não consiga, ele sairá do embate menor
do que entrou e as suas pretensões de ser um dia presidente do Brasil podem ir
para o ralo.
Além disso, caso se confirmem, no próximo dia 5, os
resultados atuais das pesquisas, ele será o primeiro tucano fora do segundo
turno na corrida para a Presidência desde 1989. Consequentemente,
Aécio perderá força política e prestígio dentro do partido e também em Minas
Gerais, Estado que governou por dois mandatos e de onde saiu com altos índices
de aprovação
O ex-governador mineiro entrou nas eleições como o
nome com força para tirar a candidata à releição e seu partido do poder.
Tudo estava indo conforme o planejado até que um trágico acidente aéreo, em 13
de agosto, tirou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos do jogo e o PSB
colocou em seu lugar a ex-senadora Marina Silva.
A comoção por causa da morte de Campos, que alçou
Marina como representante de uma “nova política” capaz de romper a
polarização histórica entre PT e PSDB, renderam a ela um salto nas pesquisas
que assustou até mesmo a primeira colocada, a presidente Dilma. Neste jogo,
Aécio viu suas intenções de votos despencarem e virou um coadjuvante no embate
as duas ex-ministras do governo Lula.
Enquanto Dilma, que também se viu ameaçada por
Marina, tentou desqualificá-la como gestora, o tucano assistiu ao embate entre
as duas e reafirmou que faria uma campanha de ideias, citando em diversas
ocasiões o avô, Tancredo Neves. O candidato também chegou a chamar de “onda da
emoção” o crescimento vertiginoso de Marina, apostando que o movimento depois
refluiria.
Mas nos últimos dias, o jogo político parece soprar
bons ventos ao tucano, que voltou a subir nas pesquisas. Segundo o Ibope
divulgado no dia 23, Aécio manteve os 19% das intenções de voto, conquistados
no levantamento anterior.
Já no Datafolha da última sexta-feira (26), Aécio
passou de 17 para 18%. Paralelamente, Marina perdeu pontos e aparece com 27%
neste instituto e 29% no Ibope. Dilma tem 40% e 38%, no levantamento de hoje e
no do início desta semana, respectivamente O crescimento, que o tucano chama de
“onda da razão”, no entanto, ainda não é suficiente para tirá-lo da incomoda
terceira posição e levá-lo ao segundo turno.
Para chegar ao segundo turno, o mineiro terá que
tirar a diferença que tem para a candidata do PSB, que é de cerca de 6,4
milhões de votos (cada ponto nas pesquisas equivale a 641.286 eleitores),
segundo o Ibope, e não deixar a atual presidente deslanchar e fechar a fatura
já no primeiro turno.
Carlos Alberto Vasconcelos Rocha, cientista
político e professor da PUC-Minas, aponta que o crescimento do tucano nos
últimos levantamentos tem sido usado nos discursos dele para viabilizar a
passagem ao segundo turno. Mas para o especialista, o ganho não parece ser
suficiente para tirá-lo da incomoda situação.
“Marina está perdendo pontos e está em uma situação
progressiva de perda de votos, pode ser uma tendência para essa reta final.
Mas, tendencialmente, isso não é suficiente para ele chegar ao segundo turno”,
sentencia.
Volta às raízes
Para continuar na curva ascendente, uma das
estratégias tem sido priorizar a região sudeste e principalmente Minas Gerais,
o principal reduto eleitoral de Aécio e segundo colégio eleitoral do País, com
15 milhões de votantes.
Entre o dia 4 de setembro e o último dia 24, ele
viajou para sete cidades mineiras diferentes - e esteve três vezes em Belo
Horizonte. Neste fim de semana, a agenda inclui mais duas viagens ao Estado.
Entre o dia 4 de setembro e o último dia 24, ele viajou para sete cidades
mineiras diferentes - e esteve três vezes na capital. Neste fim de semana, a
agenda incluiu mais duas viagens para Minas.
Fonte: Último Segundo
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