Siqueira trabalhou no governo
de Miguel Arraes e conhecia
Eduardo desde pequeno: história no PSB
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A
crise na campanha presidencial de Marina Silva cresce na mesma proporção das
justificativas dadas por dirigentes do PSB e da Rede de que tudo está dentro da
normalidade. O coordenador-geral da campanha, Carlos Siqueira, personagem
central na história do PSB, entregou ontem o cargo, disse para Marina “mandar
na Rede dela” e acrescentou que ela está muito longe de representar o legado de
Eduardo Campos. “Eu sei o que ele sofreu para manter essa coalizão.” A
debandada não para por aí: Milton Coelho, do comitê de mobilização, deixou a
campanha. Responsável pela arrecadação, Henrique Costa pensa em retornar a suas
atividades profissionais. E o marqueteiro Diego Brandy só permaneceu após
receber o aval de pessoas próximas a Campos.
O
sentimento de Siqueira permeia parte dos integrantes do PSB, embora a cúpula do
partido tente reverter a crise. O ex-coordenador-geral da campanha é um nome
histórico dos socialistas, foi secretário de governo de Miguel Arraes, conhecia
Eduardo desde pequeno. Depositou nele as esperanças de ver o PSB chegar ao
Planalto, senão agora, que fosse em 2018. Marina, nesse contexto, não
representa a história que ele imaginava ser escrita.
A
falta de habilidade da nova candidata também atrapalhou e antecipou a saída dos
coordenadores. Na quinta-feira passada, um dia depois do acidente que matou
Eduardo Campos, Marina já dizia, internamente, que a coordenação de campanha
apresentava falhas e que era preciso encontrar caminhos para subir nas
pesquisas de intenção de voto. A tensão foi crescendo até explodir no encontro
realizado na tarde de quarta-feira, na Fundação João Mangabeira, quando Marina
anunciou que Walter Feldmann, porta-voz da Rede, seria promovido à
coordenação-geral. “Você fica onde o PSB quiser que você esteja”, disse Marina
a Siqueira, provocando a ruptura. Ontem à noite, o PSB divulgou nota informando
que Luiza Erundina assumirá a coordenação-geral da campanha. Feldmann ficará
como adjunto.
Flat devolvido
Aliado de Marina e promovido à coordenação,
Feldmann negou qualquer possibilidade de distanciamento entre PSB e Rede. “O
desabafo de Siqueira tem um cunho pessoal, não político. Para ele, foi
particularmente dura a perda do Eduardo e nós entendemos. Será escolhido alguém
para o seu lugar e continuaremos a campanha normalmente”, ponderou Feldmann.
Ontem mesmo, no Rio Grande do Sul, o candidato a vice na chapa, Beto
Albuquerque, afirmou que assumirá interinamente a função de coordenador de
campanha, ao lado de Feldmann.
Fonte: Correio Braziliense
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