O Exército, a
Marinha e a Aeronáutica mobilizaram durante quatro meses seus oficiais-generais
mais qualificados para desfechar o mais canhestro ataque militar dos últimos
tempos no Brasil — fuzilando o bom-senso, torpedeando a inteligência,
bombardeando a memória nacional e condenando ao extermínio a verdade segregada
nos campos de concentração erigidos pela mentira.
Para
atender a um minucioso requerimento de 115 páginas enviado em 18 de fevereiro
passado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), as Forças Armadas (FFAA)
reuniram suas tropas para produzir um monumento à insensatez e ao deboche: um
palavroso, maçante, insolente, imprestável conjunto de 455 páginas de
relatórios militares que não relatam, de sindicâncias que não investigam, de
perguntas não respondidas, de respostas não perguntadas e de conclusões nada
conclusivas, camufladas em um cipoal de decretos, leis, portarias, ofícios e
velhos recortes de jornais falecidos.
Um
histórico fiasco que passou em branco pela indolente imprensa brasileira,
confinada a um registro burocrático, preguiçoso, sobre o sonso documento de
resposta das FFAA.
A
maçaroca militar ignorada pelos jornalistas tem de tudo. Tudo para defender o
indefensável, para sustentar o insustentável, para dizer o indizível na
novilíngua dos generais: nunca houve tortura, nunca aconteceu nenhuma grave
violação aos direitos humanos nos quartéis nos 21 anos do regime militar
imposto em 1964 pelas Forças Armadas que derrubaram o presidente João Goulart. (Luiz Cláudio Cunha)
Leia a matéria da íntegra: Generais omitiramaté os 22 dias que Dilma Rousseff amargou no DOI CODI
Fonte: Jornal Já
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