O programa de
governo da candidata Marina Silva, do PSB – um livro de de 100 páginas, que foi
coordenado pela herdeira do banco Itaú Neca Setúbal, como interface das ideias
da presidenciável com o ex-governador Eduardo Campos – já tem uma primeira
vítima: o pré-sal. Num eventual governo Marina, o acento tônico da presidente e
seus principais auxiliares será na direção de reerguer a cadeia produtiva do
etanol, na qual sobressaem usinas que extraem combustível a partir da
cana-de-açúcar.
Manter na Petrobras
a política de "produção, produção e produção", expressada pela
presidente da estatal, Graça Foster, não é, definitivamente, intenção da
candidata que sucedeu Campos.
- Costumo dizer que
o petróleo ainda é um mal necessário, frisa Marina. Temos de sair da idade do
petróleo. Não é porque falte petróleo. É porque encontraremos e já estamos
encontrando outras fontes de suprimento de energia.
A partir deste
ponto de vista, a prioridade da candidata já está demonstrada na retomada da
cultura da cana para alimentar as usinas de etanol. Um compromisso firmado
pessoalmente por Marina, na quinta-feira 28, em Sertãozinho, no interior de São
Paulo, pela postulante do PSB.
O prenúncio de
esvaziamento da área de produção da Petrobras, em caso de vitória de Marina,
como já apontam pesquisas de intenção de votos para um possível segundo turno,
representa uma guinada de 180 graus na política pública exercida até aqui para
a estatal de petróleo. Mesmo tendo ocupado as manchetes em razão da criação da
CPI para investigar a compra da Refinaria de Pasadena, a Petrobras está dando
um show mundial em termos de obtenção de petróleo. A companhia é a única do
mundo a ter aumentado sua produção nos últimos anos. E, agora com um valor de
mercado estimado em US$ 100 bilhões, voltou a ocupar a ponta no ranking das
maiores empresas da América Latina.
A presidente Dilma
Rousseff classificou como "leviandade" a maneira como a oposição vai
tratando a Petrobras. Ela e Graça Foster trabalham com a certeza de que a
estatal já passou pela fase mais difícil de sua história e estaria entrando,
exatamente em razão das descobertas e exploração do pré-sal, num círculo
virtuoso. Em tempo recorde, após os leilões de exploração em regime
compartilhado, com prevalência da empresa nacional, a Petrobras já vai
extraindo 600 mil barris/dia em seus poços de águas profundas.
A estatal trabalha
com dados objetivos de que está diante de uma reserva natural de 12 bilhões de
barris de óleo de boa qualidade. Para Marina, no entanto, o futuro está muito
mais no modelo de usinas que empregam cortadores de cana do que na alta
tecnologia que envolve a obtenção do "mal necessário".
Fonte: Brasil 247
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