Após cortejo que durou mais
de duas horas pelo Centro Histórico de Recife, o corpo de Eduardo Campos foi
enterrado sob aplausos pouco depois das 18h30min no cemitério de Santo Amaro.
Os restos mortais
do presidenciável, morto em acidente aéreo, foram
colocados no jazigo da família, mesmo local onde foi enterrado o avô Miguel
Arraes. A cerimônia foi acompanhada por uma multidão, e pessoas chegaram a se
aglomerar em cima de árvores, sobre túmulos e alamedas para assistir ao
enterro.
Ao
chegar no local, o caixão foi recebido por fogos de artifício, palmas e gritos.
Antes do enterro, foram entoadas as palavras: "Eduardo guerreiro do povo
brasileiro". A cerimônia ainda foi antecedida por toque de clarinete e
seguida por estouros de foguetes que duraram mais de 10 minutos
e iluminaram o céu de Recife.
Próximos
à cova, estavam apenas familiares e amigos. Houve chuva de flores. O
último adeus ao pai, irmão, filho, tio, neto, sobrinho foi observado
atentamente pela multidão, que gritava pedindo justiça e que as causas do
acidente sejam esclarecidas. A esposa, Renata Campos, quatro dos cinco filhos
do casal, a mãe, Ana Arraes, que estiveram ao lado do caixão desde a madruga
quando foi trazido de São Paulo, e o irmão, Antônio Campos estavam entre os
mais emocionados.
Inicialmente,
a expectativa era que a cerimônia ocorresse às 17h. Porém, apenas às 16h45min o
caixão deixou o Palácio do Campo das Princesas — onde foi realizado o velório —
em um caminhão do Corpo de Bombeiros e seguiu em cortejo de dois quilômetros
até o cemitério.
Coroas de flores e
cartazes com fotos de Campos e os dizeres "grande como o Brasil, forte
como Pernambuco" foram espalhados pelo cemitério. O governo do Estado
calcula que 160 mil pessoas tenham passado pela sede do governo desde as
primeiras horas deste domingo.
Filhos de Campos
usaram chapéus de palha, em uma referência à política do bisavô
Miguel Arraes, em programa que empregava canavieiros no período da entressafra
na construção de pequenas obras públicas.
O
enterro ocorreu mais de cem horas depois do acidente que tirou a vida de
Campos. Desde então, o cemitério passou por reparos para abrigar o
ex-governador. Caravanas saíram do interior de Recife para acompanhar a
cerimônia.
—
Viemos prestar nossa solidariedade e agradecer tudo de bom que ele fez pela
gente — disse Mikaela Kalina, 26 anos, que saiu da cidade de
Ribeirão, a aproximadamente 100 quilômetro do Recife. Com ela, mais 300 pessoas
foram à cidade na caravana de oito ônibus.
O auxiliar de
serviços gerais José Fernando de Souza, que há mais de 40 anos trabalha no
cemitério, disse que nunca tinha presenciado movimentação tão intensa em um
sepultamento.
Com o sepultamento,
o PSB busca unidade em torno do nome de Marina Silva para
prosseguir na disputa à Presidência da República.
Fonte: Zero Hora
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