A
candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, afirmou nesta
quarta-feira (27), em entrevista ao vivo ao Jornal Nacional, que, tem uma
trajetória de "trabalhar com os diferentes" – ao responder sobre o
candidato a vice, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) – e que é
"lenda" a versão de que é contra o plantio de transgênicos.
Questionada
sobre o fato de Albuquerque ter sido um dos principais articuladores no
Congresso da aprovação da medida que permitiu o plantio da soja transgênica, a
ex-ministra do Meio Ambiente afirmou:
"Uma questão
fundamental: nos somos diferentes. E a nova política sabe trabalhar na
diversidade, na diferença. Agora, o fato de o Beto ter uma posição
diferente da minha em relação a transgênicos é um aspecto. Há uma lenda de que
eu sou contra os transgênicos, mas isso não é verdade. Sabe o que eu defencia
quando era ministra do Meio Ambiente? Um modelo de coexistência: área de
transgênico e área livre de transgênico. Infelizmente, no Congresso Nacional,
não passou a proposta do modelo de coexistência", declarou.
Segundo afirmou,
ela e Albuquerque têm uma "visão diferente" em relação a temas como
transgênicos e células-tronco, mas tiveram um trabalho conjunto no Congresso
quando ele foi o relator da Lei de Gestão de Florestas Públicas. "[Ele] me
ajudou a aporvar a Lei da Mata Atlântica e tantas outras medidas importantes
para o meio ambiente", disse.
Avião
Marina Silva respondeu sobre as
suspeitas de ilegalidade no uso do jatinho com que ela, na condição de
candidata a vice, e Eduardo Campos, presidenciável do PSB morto em acidente
aéreo no último dia 13, se deslocavam pelo país para fazer campanha eleitoral.
"Não tinha
nenhuma informação quanto a qualquer ilegalidade referente à postura dos
proprietários do avião. As informações que tínhamos eram exatamente aquelas
referentes à forma legal de adquirir o provimento desse serviço", afirmou.
Indagada se não
teve interesse de questionar eventuais irregularidades na cessão do avião, ela
disse ter a informação de que a aeronave era emprestada e que, até o final do
prazo legal – no encerramento da campanha – seria feito o ressarcimento ao
proprietário pelo comitê financeiro de Eduardo Campos.
"Meu
compromisso, e o compromisso de todos aqueles que querem a renovação da
política, é com a verdade. E a verdade não virá apenas pelas mãos do partido e
nem também apenas pela investigação da imprensa – e eu respeito o
trabalho de vocês. Ela terá que ser aferida pela investigação da Polícia
Federal. Isso não tem nada a ver com querer tangenciar ou se livrar do problema
[...]. O compromisso é com a verdade”, disse.
Meu compromisso é
com a verdade, e a verdade não virá apenas pelas mãos do partido nem apenas
pela investigação da imprensa. Ela terá de ser aferida pela investigação que
está sendo feita pela Polícia Federal. O compromisso é com a verdade",
declarou.
Acre
A ex-senadora foi
questionada sobre o fato de ter terminado a eleição de 2010 em terceiro lugar
no Acre e como explicava essa desaprovação em seu estado de origem.
Marina Silva disse
que contrariou interesses políticos no estado e citou um provérbio – "É
muito difícil ser profeta em sua própria terra".
"Eu venho de
uma trajetória política que desde os meus 17 anos eu tive que confrontar muitos
interesses no meu estado do Acre, ao lado de Chico Mendes, ao lado de pessoas
que se posicionaram ao lado da Justiça, da defesa dos índios, dos seringueiros,
da ética na política. Isso fez com que eu tivesse que seguir uma trajetória que
não era o caminho mais fácil", afirmou.
A jornalista
retrucou e perguntou se não seria como se os acrianos dissessem: "Quem não
a conhece que vote na senhora"?
"Talvez você
não conheça bem a minha trajetória. Acho que você tem certo desconhecimento do
que significa ser senadora vindo da situação que eu vim. Não sou filha de
político tradicional, não sou filha de nenhum empresário. no meu estado. Até a
minha eleição, para ser senador da República, era preciso ser filho de
ex-governador, filho de alguém que tivesse, de preferência, um jornal, uma TV,
uma rádio, para falar bem de si mesmo e falar mal daqueles que ficavam
defendendo a justiça. Não é culpa dos acrianos, é culpa das circuinstancias. Os
acrianos foram muito generosos comigo", respondeu.
Reeleição
Ao falar sobre os
projetos que tem para o país, disse que um dos mais importantes é "renovar
a política e vê-la a serviço de resolver os principais problemas do
cidadão".
A candidata
reiterou a promessa de, se eleita, não concorrer a um segundo mandato. "Como
presidente, quero que você me ajude a ser a primeira presidente que não vai
buscar uma nova eleição porque não quero ter um mandato que comprometa o futuro
das próximas gerações", afirmou, dirigindo-se ao telespectador.
(Veja a íntegra da entrevista em "Marina Silva é entrevistada no
Jornal Nacional")
Fonte: G1
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