O candidato do PSDB à Presidência da
República, Aécio Neves, afirmou nesta terça-feira (21) durante entrevista
coletiva em Campo Grande (MS), que os institutos de pesquisa devem explicação
ao "povo brasileiro" sobre o resultado das pesquisas eleitorais. Levantamento
divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto Datafolha* indicou o
presidenciável com 48% das intenções de voto contra 52% de Dilma Rousseff,
candidata à reeleição pelo PT.
Aécio foi indagado nesta terça sobre a
perda da intenção de votos de parte do eleitorado. "Se eu me abalasse com
pesquisas, certamente não teria tido o resultado que tive no primeiro turno. Eu
acho que, na verdade, os institutos de pesquisa estão devendo aos brasileiros
explicações. Desde o primeiro turno os erros foram grosseiros. Absolutamente
grosseiros em toda a parte", declarou.
Nos dias anteriores à votação do primeiro
turno, tanto Ibope quanto Datafolha vinham apontando a tendência de alta de
Aécio e de queda de Marina Silva, presidenciável derrotada do PSB. No entanto,
nenhum instituto mostrou a intensidade do crescimento do candidato do PSDB
registrado nas urnas. Dilma ficou com 41,59%, Aécio com 33,55% e Marina com
21,32%.
Os diretores dos dois principais institutos
de pesquisa, Márcia Cavallari (Ibope) e Mauro Paulino (Datafolha) explicaram
que as evoluções das pesquisas mostram uma tendência, e que cada levantamento é
um retrato daquele exato momento em que a pergunta é feita pelo pesquisador.
Mas que a decisão final do eleitor só é confirmada na hora do voto.
Apesar de citar "erros
grosseiros" nas pesquisas, Aécio disse considerar ser o "presidente
eleito", com base nos levantamentos. "Pelo que nós vimos nas
pesquisas do primeiro turno, essas pesquisas do Datafolha estão me dando como
eleito. Sou o próximo presidente da República, se a referência for essa [...].
Todas as nossas pesquisas técnicas que estamos fazendo, estamos com uma margem
enorme e muito maior que essa sobre a candidata [do PT, Dilma Rousseff]",
disse.
O tucano também voltou a questionar a
participação do governo federal em ações que poderiam ter prevenido a crise
hídrica em São Paulo. "Infelizmente, se o governador de São Paulo tivesse
tido uma parceria maior com o governo federal nessa questão, se a ANA (Agência
Nacional de Águas) não estivesse gastando seu tempo, e seus diretores,
preferindo fazer negócios ao invés de cuidar da questão hídrica, os resultados
teriam sido melhores para São Paulo", afirmou.
Aécio falou, ainda, sobre a importância de
reforçar o controle das áreas de fronteira em Mato Grosso do Sul, como forma de
melhorar a segurança pública, e prometeu "atenção especial" à questão
indígena.
Após entrevista coletiva, o candidato
participou de ato político na Associação Nipo-Brasileira de Campo Grande, ao
lado do candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo PSDB, Reinaldo
Azambuja, e da candidata a vice, professora Rose Modesto. Aécio falou sobre
ataques políticos que diz ter sofrido. "A cada mentira que lançarem sobre
nós, vamos falar dez verdades sobre eles. Comigo, não. Não tenho medo do
PT", afirmou.
*O Datafolha ouviu 4.389 eleitores no dias
20 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para
menos. O nível de confiança é de 95%. Isso significa que, se forem realizados
100 levantamentos, em 95 deles os resultados estariam dentro da margem de erro
de dois pontos prevista. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) sob o número BR-01140/2014.
Fonte:
Folha de S.Paulo
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