Neta do ex-governador Miguel Arraes,
falecido em 2005, a vereadora do Recife Marília Arraes (PSB) afirmou nesta
quarta-feira (29), em entrevista à Rádio Jornal, que o PSB pode estar
arrependido de ter sido contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). A
petista foi reeleita, no último domingo (26), com 51,46%; contra o senador
Aécio Neves (PSDB), que teve o apoio dos socialistas no segundo turno, e
atingiu 48,36%.
“O PSB pode agora estar um pouco
arrependido, porque é difícil ser oposição. Nós fomos oposição no último
governo de Miguel Arraes. Só que nem todo mundo é Arraes para conseguir a
firmeza de governar um estado do Nordeste, que é um estado pobre, que ainda
está crescendo, assim na oposição”, afirmou a vereadora.
Para Marília Arraes, o PSB está avaliando
agora como se aproximar do PT no plano nacional. Ela também admite que o PT
pode aceitar reatar a aliança para ter uma posição mais favorável no Congresso
após uma eleição extremamente acirrada.
“Acho que o PSB daqui pode até fazer o
ensaio de se aproximar do PT, sim. Só que eu não sei se o povo vai aceitar.
Porque o povo já se chocou muito nesse segundo turno com o apoio do PSB a
Aécio. E marcou muito a história política de Pernambuco”, avaliou a vereadora.
O PSB deixou a base aliada de Dilma
Rousseff em setembro de 2013 para lançar a candidatura presidencial do ex-governador
Eduardo Campos, que faleceu em agosto no meio da campanha. Em junho deste ano,
Marília Arraes rompeu com o PSB por desentendimentos com o partido e passou a
apoiar Dilma, e não Campos, de quem é prima.
No segundo turno, apesar do apoio do PSB e
da viúva Renata Campos a Aécio Neves, Dilma venceu em Pernambuco com mais de
70% dos votos. “Pernambuco deu um grande recado para o Brasil e um grande
recado para quem ganhou o Governo do Estado”, alfinetou Marília.
FILIAÇÃO AO PT – Apesar de ter feito campanha
para o PT nos últimos meses, Marília Arraes negou o desejo de mudar de sigla,
mas não rejeitou a possibilidade de sair do PSB se continuar sem espaço dentro
da legenda. Durante a disputa eleitoral, uma cadela recebeu o nome da vereadora
no comitê socialista no Recife e pichações com xingamentos surgiram em muros da
capital pernambucana.
“Não é de minha vontade sair do PSB. Até
porque eu contribui muito mais para a construção do partido, desde minha
juventude, dos meus 17 ou 18 anos. Contribui para a construção do partido junto
com meu avô, Miguel Arraes, e, posteriormente, na minha própria militância
política. E muito mais do que muitos que se dizem líderes agora do partido, que
quatro, cinco ou oito anos atrás a gente não sabia nem onde era que estavam”,
disse.
“Agora, se continuar a perseguição e a
discriminação do partido que eu venho sofrendo, obviamente que eu vou precisar
sair do partido. Mas não vai ser algo que eu vá fazer por minha livre e
espontânea vontade”, esclareceu.
Fonte: Blog
do Jamildo
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