As recentes denúncias veiculadas relativas
a delação premiada feita pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa,
onde ele teria citado os nomes do ex-ministro da Integração Nacional e senador
eleito por Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho (PSB), e o ex-presidente do
PSDB, Sérgio Guerra, já falecido, reforçam a hipótese de que os vazamentos de
trechos do depoimento feito à Polícia Federal tenham sido efetuados de forma
seletiva, com o objetivo de prejudicar o PT eleitoralmente.
Costa já havia citado o ex-governador de
Pernambuco e ex-presidente do PSB, Eduardo Campos, como um dos beneficiários do
suposto esquema de superfaturamento das obras de implantação da Refinaria Abreu
e Lima, em Pernambuco. As referências ao caso, contudo, teriam sumido da
imprensa quase que de forma simultânea ao anúncio de que o partido iria apoiar
a candidatura de Aécio Neves (PSDB) no segundo turno. Campos faleceu em um
acidente aéreo no dia 13 de agosto, quando viajava para Santos (SP) para
participar de um ato de sua campanha à Presidência da República.
A referência ao ex-presidente nacional do
PSDB, o falecido ex-deputado Sérgio Guerra, também teria ocorrido da mesma
forma. O nome do tucano também teria sido citado pelo ex-diretor da Petrobras
como um dos beneficiários do esquema.
Os nomes de Guerra e Campos voltaram à
baila esta semana, quando uma nota publicada pelo colunista Cláudio Humberto
informava que os "procuradores da República discutem o tratamento a ser
conferido às denúncias do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo
Roberto Costa, em depoimentos na delação premiada, contra personalidades já
falecidas, como o ex-presidente do PSDB, Sergio Guerra, e o ex-governador
Eduardo Campos. Eles já não podem se defender, nem tampouco contestar os
indícios que foram apresentados pelo delator".
Já nesta quarta-feira (16), o jornalista
revela que Paulo Roberto Costa teria dito à Policia Federal que "em 2010 o
doleiro Alberto Youssef recebeu de Fernando Bezerra Coelho, então secretário
estadual de Desenvolvimento Econômico, pedido de doação para a reeleição do
governador Eduardo Campos. E R$ 20 milhões teriam sido doados pelo Consórcio
Ipojuca Interligações (CII), contratado da Petrobras na Refinaria Abreu e
Lima".
A Refinaria Abreu e Lima é apontada como um
dos centros de operações Paulo Roberto Costa e, segundo o Tribunal de Contas da
União (TCU), existem indícios de que as obras foram superfaturadas em até R$
316,9 milhões. O Governo do Estado tem participação ativa no projeto em
andamento.
Um outro ponto que chama a atenção é o fato
do presidente do PSB, Carlos Siqueira, eleito esta semana para o cargo e que
era bastante próximo a Campos, afirmar desconhecer a doação citada por Costa e
que jamais teria recebido tal valor, segundo a coluna de Claudio Humberto. A
afirmação de Siqueira, em contraponto ao depoimento feito por Costa durante a
sua delação premiada pode indicar que os recursos tenham sido utilizados na
forma de caixa 2 para financiar campanhas eleitorais do PSB, algo que também
merece ser investigado profundamente.
Fonte:
Plantão Brasil
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