O ato de professores e estudantes de
direito em apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT), realizado na noite de
ontem, na frente da Faculdade de Direito do Recife (UFPE), resultou em uma ação
conjunta do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) e da Polícia Militar para
encerrar o evento. Os militantes impediram a ação dos oficiais de Justiça e
expulsaram a viatura policial, alegando que a área é de responsabilidade
federal.
De acordo com a comissão de propaganda
do Tribunal, o ato não poderia ser feito na faculdade nem na praça Adolfo
Cirne, por serem bens públicos. Além disso, o uso de carros de som a menos
de 200 metros de instituições de ensino e estacionados é proibido
pela legislação. A atividade começou às 18h e reuniu mais de 200
pessoas, que ocuparam a praça Adolfo Cirne e a escadaria da faculdade.
Um carro de som foi utilizado para
reproduzir jingles e amplificar os discursos do senador Humberto Costa (PT), de
professores da faculdade e de lideranças estudantis. Ao tentar apreender o
veículo, o grupo e oficiais de justiça foi impedido pelos militantes, que
exigiam a apresentação de um mandato de apreensão.
O TRE-PE foi acionado por dez denúncias
anônimas. “Para preservar a integridade física dos alunos achamos por bem não
tomar nenhuma atitude mais enérgica (como acionar o Batalhão de Choque)”,
afirmou o segundo juiz da propaganda, Isaías Lins. A documentação fotográfica
produzida pelo Tribunal Eleitoral será encaminhada ao Ministério Público
Eleitoral.
Segundo o advogado Jefferson Valença, o
movimento foi articulado de forma “espontânea” a partir das redes sociais e do
comitê jurídico, que programou o ato para lançar um manifesto em favor da
candidatura da petista. O evento contou com a participação de advogados,
professores e alunos.
O movimento estudantil da Faculdade de
Direito é composto por três grupos políticos: Zoada, Contestação e Ateneu
Pernambucano. Apenas os dois primeiros integraram o ato pró-Dilma. Segundo o
servidor Bechara Kater, que respondeu pela coordenação da instituição, não foi
concedida autorização para realização do ato. “O ato foi ordeiro, pacífico e
não atrapalhou o andamento das aulas”, ponderou.
Por volta das 20h30, quando a militância
estava se dispersando, uma viatura da PM foi enviada até o local, mas não
conseguiu ter acesso ao estacionamento. Os alunos fizeram uma barreira humana
na entrada da faculdade e afirmaram que a área é de jurisdição federal.
Fonte: Blog
do Jamildo
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