quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Ato em favor de Dilma acaba em confusão no Recife

O ato de professores e estudantes de direito em apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT), realizado na noite de ontem, na frente da Faculdade de Direito do Recife (UFPE), resultou em uma ação conjunta do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) e da Polícia Militar para encerrar o evento. Os militantes impediram a ação dos oficiais de Justiça e expulsaram a viatura policial, alegando que a área é de responsabilidade federal.
De acordo com a comissão de propaganda do Tribunal, o ato não poderia ser feito na faculdade nem na praça Adolfo Cirne, por serem bens públicos. Além disso, o uso de carros de som a menos de 200 metros de instituições de ensino e estacionados é proibido pela legislação. A atividade começou às 18h e reuniu mais de 200 pessoas, que ocuparam a praça Adolfo Cirne e a escadaria da faculdade.
Um carro de som foi utilizado para reproduzir jingles e amplificar os discursos do senador Humberto Costa (PT), de professores da faculdade e de lideranças estudantis. Ao tentar apreender o veículo, o grupo e oficiais de justiça foi impedido pelos militantes, que exigiam a apresentação de um mandato de apreensão.
O TRE-PE foi acionado por dez denúncias anônimas. “Para preservar a integridade física dos alunos achamos por bem não tomar nenhuma atitude mais enérgica (como acionar o Batalhão de Choque)”, afirmou o segundo juiz da propaganda, Isaías Lins. A documentação fotográfica produzida pelo Tribunal Eleitoral será encaminhada ao Ministério Público Eleitoral.
Segundo o advogado Jefferson Valença, o movimento foi articulado de forma “espontânea” a partir das redes sociais e do comitê jurídico, que programou o ato para lançar um manifesto em favor da candidatura da petista. O evento contou com a participação de advogados, professores e alunos.
O movimento estudantil da Faculdade de Direito é composto por três grupos políticos: Zoada, Contestação e Ateneu Pernambucano. Apenas os dois primeiros integraram o ato pró-Dilma. Segundo o servidor Bechara Kater, que respondeu pela coordenação da instituição, não foi concedida autorização para realização do ato. “O ato foi ordeiro, pacífico e não atrapalhou o andamento das aulas”, ponderou.
Por volta das 20h30, quando a militância estava se dispersando, uma viatura da PM foi enviada até o local, mas não conseguiu ter acesso ao estacionamento. Os alunos fizeram uma barreira humana na entrada da faculdade e afirmaram que a área é de jurisdição federal.

Fonte: Blog do Jamildo

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