Principais derrotados pelo resultado que
deu a Dilma Rousseff (PT) a reeleição contra o tucano Aécio Neves (PSDB), os
responsáveis pelos institutos Sensus e Veritá justificam as diferenças
apontando que seus estudos já mostravam uma tendência de queda do candidato do
PSDB. Além disso, o sócio do Veritá, Leonard de Assis, ainda confirmou que o
instituto fez uma pesquisa que apontava Dilma à frente, mas que ela não foi
divulgada.
Leonard de Assis confirmou que houve
pressão externa sobre a empresa para não revelar vantagem da presidente. Na
véspera da eleição, ele revelou no Twitter que Dilma estaria à frente, ao
contrário dos levantamentos anteriores. Ele ainda afirmava que seu sócio
estaria "recebendo pressão" para divulgar resultado diferente.
"Não sei se ele resistiria", disse
no Twitter.
Procurado pelo Olho Neles após o resultado,
Leonard de Assis, em conversa gravada, confirmou o que disse no Twitter.
"Eu afirmo isso. Eu divulguei os 53 a
47 por causa disso. Estava começando a arranhar o nome da empresa. Eu pensei:
vou divulgar isso aqui de antemão pra mostrar que os métodos que nós estamos
usando estão corretos. Isso aqui é o que tem pra acontecer", afirmou,
reforçando que foram feitas três pesquisas, mas a última, justo a que dava
vantagem a Dilma, não foi divulgada no sábado, como previsto. A que foi
divulgada no dia 21/10 mostrava Aécio com 53,2% e Dilma com 46,8%.
Questionado se o método utilizado nas três
pesquisas foi o mesmo, ele afirmou que foi 'aprimorado'.
"Fomos ajustando os métodos, até
chegar a um valor correto, a quantidade certa de entrevistas para cada
método". Leonard afirmou que nem sempre os erros são por culpa dos
institutos. "Se eu fizer uma coleta só por telefone, dependendo da lista
de telefones que chegar em minhas mãos eu vou ter um resultado ou outro",
explicou.
Sensus
O proprietário do instituto Sensus, Ricardo
Guedes, destacou que a empresa teve bom desempenho no primeiro turno.
"Fomos o instituto que mais se
aproximou dos resultados", avaliou. Ele discorda que houve erro no segundo
turno.
"Nossos resultados indicaram empate
técnico, Aécio 52,1%, Dilma 47,9, para margem de erro de 2,2%, com
possibilidade tanto para Aécio neves como para Dilma", contou.
Ainda assim, os resultados oficiais do TSE
ficaram fora da margem de erro. Dilma registrou 51,64% e Aécio, 48,36%. Guedes
justifica:
"Logo após o início do 2º turno, houve
forte transferência dos votos de Marina Silva para Aécio Neves, que foram se
diluindo ao longo do 2º turno, indicando queda das intenções de voto de Aécio
Neves", afirmou.
O diretor do Sensus nega que tenha recebido
qualquer reclamação sobre o resultado.
Fonte: O
Tempo
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