Desafeto de Marina Silva no PSB, o
secretário-geral da sigla e ex-coordenador da campanha de Eduardo Campos à
Presidência República, Carlos Siqueira, deve assumir na segunda-feira, 13, a
presidência do partido no lugar de Roberto Amaral, ex-ministro de Ciência e
Tecnologia de Luiz Inácio Lula da Silva. Amaral ficou isolado na legenda
por ser contra o apoio no 2.º turno dos pessebistas a Aécio Neves, candidato do
PSDB ao Planalto.
Em agosto, Siqueira entrou em atrito com
Marina e deixou a campanha disparando. "Não estou e não estarei em
hipótese alguma na campanha desta senhora", afirmou na época. Aliado
histórico do ex-governador Eduardo Campos, morto em agosto em um acidente aéreo
em São Paulo, Siqueira recebeu o apoio dos principais caciques pessebistas: o
deputado Beto Albuquerque, que foi candidato a vice de Marina Silva, Márcio
França, eleito vice-governador de São Paulo e presidente do PSB paulista,
Renato Casagrande, governador do Espírito Santo, e de todo o diretório pernambucano
da legenda.
"Eu não reivindiquei o cargo, mas essa
oportunidade surgiu a partir do debate de vários companheiros nos
Estados", disse ao jornal O Estado de S. Paulo Carlos Siqueira.
A nova direção do PSB, que será
oficializada na segunda-feira, terá forte influência do diretório pernambucano
do partido. O prefeito do Recife, Geraldo Julio, assumirá a secretaria-geral.
Ele chegou a ser cotado para assumir o comando do partido, mas o colegiado de
caciques pessebistas optou por Siqueira por ser um quadro mais antigo. O
senador eleito Fernando Bezerra Coelho deve permanecer na terceira
vice-presidência. Já o governador eleito, Paulo Câmara, é o virtual escolhido
para ocupar a primeira vice-presidência.
Rebeldes
Liderada por Roberto Amaral e pelo senador
João Capiberibe, a ala do PSB contrária ao apoio ao candidato do PSDB no 2.º
turno foi isolada na executiva do partido. Entre os que defendiam a
neutralidade estavam a senadora Lídice da Mata (BA), o senador Antonio Carlos
Valadares (SE), o secretário de Juventude, Bruno da Mata e a deputada federal
reeleita Luiza Erundina - que foi uma das principais coordenadoras da campanha
presidencial Marina. Depois do partido fechar o apoio a Aécio, Erundina decidiu
se afastar da direção executiva do PSB. As informações são do jornal O Estado
de S. Paulo.
Fonte: Gazeta do Povo
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