Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB)
decidirão em segundo turno, no próximo dia 26, quem será o futuro presidente do
Brasil. Com 98,73% das urnas apuradas (acompanhe a apuração), a petista obteve
41,88 milhões de votos (41,32%) no primeiro turno e o tucano, 34,30 milhões
(33,85%), segundo números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Marina Silva
(PSB) recebeu 21,54 milhões de votos (21,26%) e ficou em terceiro lugar, mesma
colocação da eleição de 2010.
Será a quarta vez consecutiva que candidatos
de PT e PSDB disputarão o segundo turno – em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) venceu José Serra (PSDB); em 2006, Lula se reelegeu contra Geraldo Alckmin
(PSDB); em 2010, Dilma superou Serra.
Segundo a apuração parcial, Luciana Genro
tinha 1,58 milhão de votos (1,56%), seguida de Pastor Everaldo (PSC), com
762,28 mil (0,75%); Eduardo Jorge (PV), com 621,13 mil (0,61%); Levy Fidelix
(PRTB), com 437,80 mil (0,43%); Zé Maria (PSTU), com 89,15 mil (0,09%); Eymael
(PSDC), com 59,98 mil (0,06%); Mauro Iasi (PCB), com 46,68 mil (0,05%); e Rui
Costa Pimenta (PCO), com 12,03 mil (0,01%).
A campanha eleitoral passou por uma
reviravolta após a morte em acidente aéreo, em 13 de agosto, do então candidato
do PSB, Eduardo Campos, de quem Marina era vice.
Até então, as pesquisas indicavam uma
situação de estabilidade, com Dilma à frente e Aécio em segundo. O tucano já
havia enfrentado denúncias de suposta concessão irregular para um tio de um
aeroporto na cidade de Cláudio (MG), mas a candidatura dele começou a perder
fôlego após a morte de Campos.
Após o acidente que matou o ex-governador
de Pernambuco, Marina Silva assumiu a condição de candidata e chegou a aparecer
em situação de empate técnico com Dilma, deixando Aécio para trás. Mas, na
última semana da campanha, ela começou a perder intenções de voto, e o tucano
recuperou o segundo lugar nas pesquisas divulgadas na véspera do segundo turno.
A campanha foi marcada pela troca de
ataques entre os candidatos. A ascensão de Marina, logo após a comoção
provocada pela morte de Campos, fez com que se tornassem mais duros os
discursos dos adversários. Em eventos de campanha e na propaganda da TV, Dilma
pedia com frequência aos eleitores que votassem contra o "retrocesso"
e a favor das "conquistas sociais", ao que a campanha de Marina
respondia dizendo que rival adotava “discurso do medo” e fazia “terrorismo
eleitoral”.
Uma das principais polêmicas se deu em
torno da divulgação dos programas de governo. Primeira a apresentar suas
propostas, Marina Silva foi alvo de críticas por ter alterado, no dia seguinte
à divulgação do programa, o capítulo de políticas para a população LGBT,
retirando o apoio à criminalização da homofobia. Ela também foi objeto de
críticas de Dilma por defender a autonomia do Banco Central. Aécio também
disparou contra a candidata do PSB, acusando-a de mudar frequentemente de
posição.
Os embates também envolveram Dilma e Aécio.
O tucano explorou durante a campanha o tema "corrupção" na Petrobras,
responsabilizando o atual governo pelos escândalos que envolveram a estatal e
culminaram na prisão, pela Polícia Federal, de um ex-diretor acusado de desviar
dinheiro da empresa. Dilma se defendeu dizendo que a Polícia Federal teve
autonomia para investigar e os casos de corrupção não eram escondidos "debaixo
do tapete".
No campo da economia, a petista acusou os
tucanos de terem "quebrado" o Brasil três vezes durante o governo de
Fernando Henrique Cardoso e de terem intenção de privatizar a Petrobras. Aécio,
por sua vez, repetia que o governo perdeu o controle da inflação e que o país
parou de crescer na gestão Dilma.
Os candidatos
Primeira presidente mulher do Brasil, Dilma
Vana Rousseff, 67 anos, nasceu em Belo Horizonte (MG) em 14 de dezembro de
1947. No regime militar, atuou em organizações de esquerda clandestinas, foi
presa e torturada. Em 2001, filiou-se ao PT, após deixar o PDT. Antes de ser
eleita presidente em 2010, Dilma nunca havia ocupado nenhum cargo eletivo.
Formada em economia, foi secretária de
estado no Rio Grande do Sul. Entre 2003 e 2005, ocupou o posto de ministra de
Minas e Energia, durante o primeiro mandato do Lula. Em 2005, deixou a pasta e
sucedeu José Dirceu na Casa Civil, que deixava o cargo após denúncia de
envolvimento no escândalo do mensalão.
Em 2010, elegeu-se presidente no segundo turno
com 56,05% dos votos válidos (55.752.483 votos), contra 43,95% (ou 43.711.162)
do seu adversário, José Serra (PSDB). No início da campanha deste ano, sofreu
pressão interna de parte do partido, que pretendia trocar a candidatura dela
pela do ex-presidente Lula, no chamado movimento "Volta, Lula".
Aécio Neves da Cunha, 54 anos, nasceu em 10
de março de 1960 também em Belo Horizonte (MG). Assim como Dilma, é formado em
economia. Neto do ex-presidente Tancredo Neves, participou de diversos comícios
ao lado do avô no início de sua vida pública.
Elegeu-se deputado federal pela primeira
vez em 1986, reelegendo-se por mais três vezes. Entre 2001 e 2002, presidiu a
Câmara dos Deputados. Ainda em 2002, foi eleito governador de Minas Gerais,
cargo que exerceu por dois mandatos, até 2010.
Em 2010, o tucano elegeu-se senador por
Minas Gerais. Em 2013, ganhou a disputa interna com José Serra pela candidatura
a presidente da República e foi eleito presidente nacional do PSDB.
Fonte: G1
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