Na queda de braço pelo
apoio nos estados, a presidente Dilma Rousseff (PT) largou na frente de Aécio
Neves (PSDB) no segundo turno. Levantamento feito pelo GLOBO mostra que a
petista tem ao seu lado sete dos 13 governadores eleitos em primeiro turno,
contra cinco do tucano. Aécio, no entanto, tem como aliado o governador Geraldo
Alckmin (PSDB), reeleito em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. No
segundo maior estado em número de eleitores, Minas Gerais, Dilma conta com
Fernando Pimentel (PT). Entre os candidatos que disputarão segundo turno e já
decidiram a posição, Dilma tem o apoio de 17 contra nove de Aécio.
O tucano deve ganhar ainda o apoio de candidatos ao
governo que aguardam uma definição do PSB, derrotado no primeiro turno da
eleição presidencial com Marina Silva. Esse é o caso de Rodrigo Rollemberg, que
disputa a sucessão no Distrito Federal. Paulo Câmara, eleito em primeiro turno
em Pernambuco, já avisou ao partido que ficará ao lado do tucano. Outro
socialista que estará com Aécio é o governador de Roraima, Chico Rodrigues, que
tenta a reeleição. Ainda no PSB, vão migrar para o lado do PT os governadores e
candidatos à reeleição Camilo Capiberibe, do Amapá, e Ricardo Coutinho, da
Paraíba.
Há casos de unidades da Federação em que a
presidente tem o suporte dos dois candidatos à sucessão estadual, como no Rio,
Ceará e Amapá. No Rio, Dilma tem o apoio de Marcelo Crivella (PRB) e do
governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). No entanto, boa parte do PMDB embarcou
no Aezão, movimento de apoio a Aécio e Pezão. Já Crivella, mesmo sendo aliado
da petista, lembrou nos debates o escândalo da Petrobras.
CANDIDATOS DE DILMA FORAM MAIS VOTADOS NO 1º TURNO
Outra vantagem da presidente Dilma Rousseff é a de
que os candidatos que a apoiam obtiveram mais votos no primeiro turno. Em dez
casos, de um total de 14 que terão segundo turno, seus aliados que seguem na
disputa largaram em vantagem no dia 5 de outubro.
Há quem tenha optado pela neutralidade, como o
governador eleito do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), aliado do PT nacionalmente
e do PSDB localmente. Caso semelhante pode ocorrer no Amazonas, onde o
governador José Melo (PROS), que disputa a reeleição, vem sendo pressionado
pelo PSDB local a declarar apoio a Aécio Neves. Mas, como seu partido apoia a
reeleição de Dilma, ele deve manter a neutralidade.
Já o governador eleito do Mato Grosso, Pedro Taques
(PDT), deverá anunciar hoje o apoio ao tucano. Ele se reúne em Brasília com
integrantes da equipe do candidato do PSDB e também com o presidente nacional
do PDT, Carlos Lupi.
— Prefiro falar após as reuniões, mas o Aécio é meu
amigo e não teria constrangimento nenhum de apoiar uma pessoa de bem como ele —
disse Taques.
No Ceará, Dilma obteve vantagem de 2,4 milhões de
votos sobre Aécio. Os dois candidatos que foram para o segundo turno vão pedir
votos para a presidente: Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (PMDB). Há um
acordo para que Dilma e Lula não subam no palanque do petista. Eunício, que foi
ministro das Comunicações de Lula, esteve em Brasília ontem para, segundo um
interlocutor, “garantir que o acordo seja cumprido”.
Em Goiás, Iris Rezende (PMDB) vai apoiar Dilma
apesar de não ter feito campanha por ela no primeiro turno. A posição mudou
porque o candidato derrotado do PT, Antônio Gomide, condicionou a aliança com
Rezende no segundo turno ao apoio do peemedebista à presidente. O governador da
Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), anunciará hoje o apoio à presidente Dilma. Terceiro
colocado, o senador Vital do Rego (PMDB) anunciou apoio a Coutinho desde que
ele retribuísse apoiando Dilma. Hoje, o vice-presidente Michel Temer
participará do anúncio em João Pessoa.
No Rio Grande do Norte, o candidato do PMDB,
Henrique Alves, recebeu apoio de Aécio no primeiro turno, mas se posiciona como
eleitor de Dilma. A direção nacional do PMDB tenta enquadrá-lo a apoiar
exclusivamente a petista. No Rio Grande do Sul, a pressão do PMDB nacional não
funcionou, e José Ivo Sartori, no segundo turno contra Tarso Genro (PT), vai
apoiar Aécio.
Fonte: O Globo
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