sábado, 11 de outubro de 2014

Erundina se diz “envergonhada” com apoio do PSB a Aécio

“É vexatório declarar voto para uma candidatura notadamente conservadora”. Luiza Erundina defendia a neutralidade do partido no segundo turno das eleições presidenciais

Reeleita deputada federal por São Paulo no último domingo, Luiz Erundina (PSB) criticou ontem (8), em entrevista à revista Carta Capital, a decisão de seu partido em apoiar Aécio Neves, candidato do PSDB à presidência da República. Além de avaliar que a escolha afeta a reeleição dos governadores Camilo Capiberibe e Ricardo Coutinho, que disputam, com o auxílio do PT, o segundo turno no Amapá e na Paraíba, respectivamente, ela se mostrou decepcionada com o posicionamento de sua legenda.
“Desde o início do processo eleitoral, tanto Eduardo Campos quanto Marina Silva defenderam ser preciso superar a velha polarização entre PT e PSDB. É incoerente, depois de tudo que se passou, reforçar um desses polos agora”, afirmou Erundina. “É ainda mais vexatório declarar voto para uma candidatura notadamente conservadora, que defende posições tão contrárias ao que defendemos, como a redução da maioridade penal”.
A Executiva Nacional do PSB decidiu se aliar ao tucano na última quarta-feira. A deputada defendeu a neutralidade da agremiação, junto à senadora Lídice da Mata (BA), o senador Antônio Carlos Valadares (SE), Katia Born, o secretário de Juventude Bruno da Mata, o presidente do partido Roberto Amaral e o secretário da Área Sindical, Joílson Cardoso. O senador João Capiberibe (AP) foi o único a votar pela união a Dilma neste segundo turno. Após a definição do apoio à candidatura tucana, sustentado por 22 pessebistas, Erundina e o deputado Glauber Braga, do Rio de Janeiro, decidiram se retirar da reunião. “Saímos no momento em que eles começaram a redigir a carta de apoio a Aécio. Respeitamos a decisão da maioria, mas não queríamos referendar essa posição”, contou.
A ex-petista admitiu, ainda, que o partido está rachado. “Vamos ver quais serão os desdobramentos dessa decisão da Executiva do PSB. É inegável que há uma crise interna, uma divisão dentro do partido, e isso emerge num momento em que ainda estamos disputando o segundo turno em quatro estados”, comentou.

Fonte: Carta Capital

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