Os eleitores de 16 a 24 anos vinham
depositando seu voto em massa em Marina Silva, desde que ela deixou de ser vice
na chapa de Eduardo Campos, que morreu em uma tragédia, para ser anunciada
candidata oficial pelo PSB, no meio de agosto. O cenário, porém, foi mudando
até que a presidente Dilma Rousseff tomasse a dianteira nas pesquisas de
intenção de voto entre os jovens.
A vantagem de Marina chegou a ser de 11
pontos (42% contra 31% de Dilma) nesse público, segundo pesquisa Datafolha. As
curvas foram se aproximando de pesquisa em pesquisa até que, nos dois últimos
levantamentos, a candidata à reeleição pelo PT registrou vantagem de cinco (37%
a 32%) e depois quatro pontos (36% a 32%) sobre a adversária.
A explicação, segundo o secretário nacional
de Juventude do PT, Jefferson Lima, está na constatação do jovem de que Marina
não representa o novo, como eles haviam acreditado, e na decepção com as
mudanças de posições da candidata durante a campanha, como em relação aos
direitos da comunidade LGBT e ao pré-sal, dois temas, como ressalta Lima, que
envolvem diretamente a juventude.
"O jovem tinha uma ilusão de acreditar
que a Marina representava o novo na política brasileira. E ao longo da
campanha, dos debates, nós conseguimos colocar para a juventude o que de fato
ela representa: uma política altamente conservadora", disse o militante,
em entrevista ao 247. "A máscara caiu", acrescentou. "Ela mudou
de posição em relação à homofobia, ao pré-sal, do qual o jovem será o maior
beneficiado, devido aos recursos na educação".
Para ele, a candidata "foi perdendo
espaço muito por erros dela própria" e se mostrando "a outra Marina,
que o jovem não conhecia" e acabou transferindo seu voto para a
presidente. Somam-se a isso, segundo Jefferson Lima, os trabalhos de
mobilização com diversos setores da juventude – trabalhadora, da periferia.
"Conseguimos envolver esse público na campanha", relata.
O secretário de Juventude ressalta também
as propostas apresentadas por Dilma e a aproximação da candidata com os jovens.
Ele lembra que, desde o início do pleito, foram realizados três importantes
encontros, um em agosto e dois em setembro, que envolveram desde o funk e o
skate à banda larga que deverá ser oferecida pelo governo, além de medidas
contra a violência, como propostas de criminalização da homofobia e o fim dos
autos de resistência pela polícia.
Na opinião de Lima, "Marina não
defende questões centrais para a juventude", nem mostra "firmeza,
comando e liderança" de uma pessoa que pretende comandar o País. "E o
jovem gosta muito disso, de alguém que pode representar isso, a liderança. O
slogan 'coração valente', da Dilma, é para mostrar justamente essa
características, da Dilma que enfrentou a ditadura, que lutou pela democracia",
afirma.
Fonte:
Brasil 247
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