sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Jovens transferem seus votos de marina para Dilma

Os eleitores de 16 a 24 anos vinham depositando seu voto em massa em Marina Silva, desde que ela deixou de ser vice na chapa de Eduardo Campos, que morreu em uma tragédia, para ser anunciada candidata oficial pelo PSB, no meio de agosto. O cenário, porém, foi mudando até que a presidente Dilma Rousseff tomasse a dianteira nas pesquisas de intenção de voto entre os jovens.
A vantagem de Marina chegou a ser de 11 pontos (42% contra 31% de Dilma) nesse público, segundo pesquisa Datafolha. As curvas foram se aproximando de pesquisa em pesquisa até que, nos dois últimos levantamentos, a candidata à reeleição pelo PT registrou vantagem de cinco (37% a 32%) e depois quatro pontos (36% a 32%) sobre a adversária.
A explicação, segundo o secretário nacional de Juventude do PT, Jefferson Lima, está na constatação do jovem de que Marina não representa o novo, como eles haviam acreditado, e na decepção com as mudanças de posições da candidata durante a campanha, como em relação aos direitos da comunidade LGBT e ao pré-sal, dois temas, como ressalta Lima, que envolvem diretamente a juventude.
"O jovem tinha uma ilusão de acreditar que a Marina representava o novo na política brasileira. E ao longo da campanha, dos debates, nós conseguimos colocar para a juventude o que de fato ela representa: uma política altamente conservadora", disse o militante, em entrevista ao 247. "A máscara caiu", acrescentou. "Ela mudou de posição em relação à homofobia, ao pré-sal, do qual o jovem será o maior beneficiado, devido aos recursos na educação".
Para ele, a candidata "foi perdendo espaço muito por erros dela própria" e se mostrando "a outra Marina, que o jovem não conhecia" e acabou transferindo seu voto para a presidente. Somam-se a isso, segundo Jefferson Lima, os trabalhos de mobilização com diversos setores da juventude – trabalhadora, da periferia. "Conseguimos envolver esse público na campanha", relata.
O secretário de Juventude ressalta também as propostas apresentadas por Dilma e a aproximação da candidata com os jovens. Ele lembra que, desde o início do pleito, foram realizados três importantes encontros, um em agosto e dois em setembro, que envolveram desde o funk e o skate à banda larga que deverá ser oferecida pelo governo, além de medidas contra a violência, como propostas de criminalização da homofobia e o fim dos autos de resistência pela polícia.
Na opinião de Lima, "Marina não defende questões centrais para a juventude", nem mostra "firmeza, comando e liderança" de uma pessoa que pretende comandar o País. "E o jovem gosta muito disso, de alguém que pode representar isso, a liderança. O slogan 'coração valente', da Dilma, é para mostrar justamente essa características, da Dilma que enfrentou a ditadura, que lutou pela democracia", afirma.

Fonte: Brasil 247

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