O PT estadual abriu no último domingo (28) uma nova
dissidência no Estado a poucos dias do processo eleitoral. Após alguns quadros
políticos da legenda declararem apoio ao PSB ao longo do período de campanha, a
tendência PT de Lutas e Massas (PTLM) desembarcou da coligação Pernambuco Vai
Mais Longe e não mais apoiará o candidato ao governo Armando Monteiro Neto
(PTB) nem o candidato ao Senado João Paulo (PT). A ordem agora nas coxias da
corrente é seguir junto com o candidato Paulo Câmara (PSB), mesmo que o
socialista não aceite a nova adesão.
Curiosamente, a decisão, que volta a abrir
uma crise interna no PT após o Processo de Eleição Direta (PED) 2013, ocorre já
no final do período de campanha e quando as últimas pesquisas de intenção de
voto já começam a apontar o candidato socialista na dianteira frente a Armando
Neto. No entanto, questionado se a mudança de campo político faltando uma
semana para as eleições seria fruto das amostragens, o presidente da corrente,
Gilson Guimarães, negou.
Segundo ele, que também é membro da
executiva estadual do PT, o rompimento do apoio ao correligionário João Paulo e
ao ex-aliado Armando Neto se deu em virtude de vários problemas. “Nós desde o
começo defendíamos uma candidatura própria. Ficou comprovado também durante a
campanha que os parlamentares mais próximos a Armando não faziam campanha para
Dilma. Ele e João Paulo estavam escondendo a companheira Dilma. E o fato mais
absurdo. Criamos um comitê independente de Dilma no estado para manter a
relação com partidos (PCdoB e PP) que não estão apoiando João Paulo e Armando,
mas apoiam Dilma e nos últimos 15 dias eles (Armando e João Paulo) começaram à
força uma agenda conjunta no comitê causando constrangimento”, elencou o
petista, justificando que há um tempo já vinha estudando a possibilidade de
sair da coligação, mas esperava que os candidatos corrigissem os erros.
Com a decisão, Guimarães levou com ele 80
dirigentes, cinco presidentes municipais, três dirigentes estaduais e dois
membros da executiva estadual do partido. Ele afirma ainda que mais tendências
da sigla tomaram o mesmo caminho, embora não declarem abertamente. “Várias
tendências internamente não apoiam o Armando e João Paulo e não estão fazendo
campanha para eles”, informou Gilson criticando ainda a postura do seu correligionário
João Paulo. Para ele, João precisa fazer “uma reciclagem para poder voltar a
ser uma liderança partidária”. Isso porque, na observação de Guimarães o
candidato ao senado tem promovido nos últimos anos muitas fissuras no PT de
Pernambuco.
Fonte:
Folhape
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