terça-feira, 14 de outubro de 2014

Diferenças entre pesquisas prejudicam eleitor e democracia

Há uma guerra de nervos nas campanhas presidenciais por causa das pesquisas. Os resultados de amanhã, do Ibope e do Datafolha, servirão como uma espécie de tira-teima, porque houve números muito díspares nos últimos dias.
Dois institutos, o Paraná e o Sensus, deram vantagem para Aécio Neves fora da margem de erro. Foi uma vantagem significativa, que mostraria uma eleição praticamente liquidada a favor do tucano. O Paraná deu oito pontos de frente. O Sensus, 17 pontos. E aí se criou um clima de suspeição.
São dados muito diferentes daqueles apontados pelo Ibope e Datafolha, institutos de maior credibilidade. Ibope e Datafolha mostraram empate técnico, com 51% dos votos válidos para Aécio e 49% dos votos válidos para Dilma. Houve ainda uma pesquisa do Vox Populi que deu 51% para Dilma e 49% para Aécio, empate técnico também. Essas pesquisas sinalizam uma eleição longe de estar decidida, uma disputa bem apertada.
Com baixa credibilidade por causa das críticas que sofreram no primeiro turno, essas diferenças entre institutos só causam danos à credibilidade das pesquisas. Eventuais pesquisas manipuladas não prejudicam somente o eleitor ou o candidato que é vítima de uma jogada política, prejudicam a democracia. Minam a credibilidade de um instrumento útil ao eleitor. Os institutos não são infalíveis. Podem errar. O que não podem é agir de má-fé.
Nas campanhas de rádio e TV, PT e PSDB travam uma guerra sobre a economia. A batalha é boa, porque obriga os dois candidatos a dizer claramente o que pretendem fazer na área econômica. Esse debate ficou em segundo plano no primeiro turno.
A presidente não admite erros na economia e joga a culpa pela inflação alta e o baixo crescimento na crise internacional. Aécio aponta fragilidades dessa argumentação.
O tucano fala em medidas impopulares e anuncia Armínio Fraga na Fazenda para agradar ao mercado. Dilma cobra de Aécio que diga quais seriam as medidas impopulares e mostra declarações de Armínio Fraga dizendo que o salário mínimo cresceu muito e que os bancos públicos têm de ser administrados de outra forma.
O tom duro da propaganda eleitoral, a chamada campanha negativa, acaba sendo importante para obrigar os candidatos a debater o que eles prefeririam deixar fora do confronto.

Fonte: Blog do Kennedy

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