Um grupo de integrantes da Rede Sustentabilidade
deixou a organização por discordar do apoio do grupo e de Marina Silva (PSB) a
Aécio Neves (PSDB), contra Dilma Rousseff (PT), no segundo turno das eleições
presidenciais.
Ao menos sete integrantes da Comissão Executiva da
Rede em São Paulo, que eram favoráveis à neutralidade no segundo turno,
decidiram se afastar da organização.
São eles: Valfredo Pires, Marcelo Pilon (ambos
coordenadores executivos), Emilio Franco Jr., Renato Ribeiro (ambos
coordenadores de comunicação), Gérson Moura, Marcelo Saes (ambos coordenadores
de finanças) e Washington Carvalho (coordenador de organização).
Alguns dos dissidentes integravam também o
"Elo Nacional" da Rede, nome dado para a direção nacional da
organização.
Na última quarta-feira (8), a Rede divulgou seu
posicionamento com relação ao segundo turno, orientando os militantes a optar
por Aécio ou então a votar em branco ou nulo.
Ontem (12), Marina declarou apoio a Aécio e até o
comparou com Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. A campanha tucana gravou o
discurso de Marina para utilizar no horário eleitoral do tucano.
A ex-senadora chegou a estabelecer algumas
condicionantes para o apoio, entre elas manter a Funai (Fundação Nacional do
Índio) como o órgão responsável por demarcar terras indígenas, implantar
políticas para a reforma agrária, além de questões mais genéricas, como adotar
compromissos com a sustentabilidade e com as políticas sociais das gestões
petistas.
Uma das exigências de Marina, de que Aécio
abandonasse a proposta de reduzir a maioridade penal para crimes hediondos, foi
ignorada pelo tucano.
Em nota divulgada hoje, assinada por dois
porta-vozes, a Rede de São Paulo afirmou que não houve consenso com os
dissidentes o que levou ao afastamento deles da Comissão Executiva Estadual.
"Lamentamos essa atitude e relembramos que
parte dos membros que pediram afastamento também integra o Elo Nacional
[direção nacional] e, desta forma, participou da decisão que hoje rejeita,
manifestando-se na ocasião favoravelmente a sua aprovação", diz o texto.
Racha no PSB
O apoio a Aécio dividiu o PSB, sigla que abrigou
Marina há um ano, quando a ex-senadora não conseguiu o registro da Rede na
Justiça Eleitoral. Na semana passada, o PSB, que estiveram aliados ao PT de
2002 a 2013, no plano nacional, decidiu declarar apoio ao tucano.
Contrário ao apoio, o atual presidente da sigla,
Roberto Amaral, acabou perdendo o posto e será substituído por Carlos Siqueira,
escolhido em eleições internas realizadas hoje para substituí-lo. Fundador do
PSB, Amaral foi ministro da Ciência e Tecnologia de Lula e sempre foi próximo
ao PT.
Após ser preterido no comando da sigla, Amaral
declarou apoio a Dilma e fez duras críticas ao correligionários, entre elas a
de que já estão negociando ministérios num eventual governo tucano.
Antes de Amaral, a deputada federal Luíza Erundina
(PSB-SP), favorável à neutralidade, já havia criticado a decisão do PSB, com o
argumento de que apoiar o PSDB é incoerente com o discurso da nova política.
Os diretórios do PSB na Bahia, Acre, Paraíba e
Amapá também apoiam Dilma. Nos dois últimos, o PT está na coligação que
sustenta os candidatos ao governo --Ricardo Coutinho e Camilo Capiberibe.
No Acre, o PSB apoia a reeleição do petista Tião Viana, amigo de Marina.
O diretório de Pernambuco, a mulher de Eduardo
Campos, Renata, e os filhos do ex-governador, declararam apoio a Aécio. A prima
de Eduardo, Marília Arraes, integrante da juventude do PSB, declarou voto em
Dilma.
Fonte: Uol Eleições
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