A candidata do PSOL à Presidência, Luciana
Genro, afirmou na noite deste domingo (5) que ficou “feliz” com os votos
angariados e que os mais de 1,5 milhão de pessoas que votaram na legenda
representam uma parcela da população que não se conforma com a situação atual
do país.
Segundo ela, o partido ainda vai decidir se
apoia a presidente Dilma Rousseff no segundo turno.
Luciana Genro falou a jornalistas na sede
do partido em Porto Alegre, após o final da apuração da maior parte dos votos.
Ela estava acompanhada do candidato a governador do Rio Grande do Sul Roberto
Robaina, da vice Gabi Tolotti e dos candidatos à Assembleia Pedro Ruas e Fernanda
Melchiona, todos do PSOL.
Genro afirmou que as bandeiras defendidas
por sua campanha, como os direitos civis da população LGBT e a taxação de
grandes fortunas, continuam pendentes e que os candidatos que foram para o
segundo turno não irão resolver os problemas do país.
Ela também comemorou o fato de ter atingido
uma votação maior que os candidatos Levy Fidelix (PRTB) e Pastor Everaldo
(PSC). “Isso mostra claramente que as pautas progressistas estão tomando a
frente do debate político do Brasil”, afirma.
Questionada a respeito da votação obtida
por candidatos com pautas opostas às suas, como Marco Feliciano (PSC-SP) e Jair
Bolsonaro (PP-RJ), Genro disse que o poder econômico torna o processo eleitoral
desequilibrado.
“Essas pessoas têm um poder econômico muito
forte, que desequilibra a balança eleitoral e, definitivamente, não representam
a maior parcela da população. Ao mesmo tempo, é possível notar uma reação
conservadora às pautas progressistas que vêm à tona. Eles representam cidadãos
que não defendem os direitos da população”, afirmou.
Luciana Genro também agradeceu à comunidade
LGBT pelo apoio à sua campanha. “Foram os que mais me acolheram. Quero que
saibam que o PSOL é um partido parceiro das suas pautas”, disse.
Segundo ela, o PSOL divulgou sua
candidatura com um orçamento muito menor do que o dos principais candidatos e
teve entre seu eleitorado principalmente a parcela jovem da população.
“Com certeza isso tem a ver com o fato de
termos conseguido vocalizar as demandas de junho de 2013. Não digo que os
representávamos, mas conseguimos levar as demandas das ruas para os debates”,
analisa.
Ela ainda criticou a atuação da imprensa
durante o período de campanha. Para Genro, sua candidatura foi “boicotada”
pelos principais veículos de comunicação do país. “Eles davam a impressão de
que só existiam três possibilidades viáveis e isso se refletia nas pesquisas”,
reclamou.
SEGUNDO TURNO
De acordo com a candidata, o PSOL irá se
reunir durante a semana para decidir sua posição em relação ao segundo turno
das eleições presidenciais.
Ela afirmou que a única certeza no momento
é que não apoiarão o candidato do PSDB, Aécio Neves.
“Não digo que apoiaremos a Dilma, mas tudo
será decidido com muita calma e racionalidade”, argumenta.
O candidato a deputado estadual eleito no
Rio Grande do Sul, Pedro Ruas, afirmou que o partido não negociará com direções
de outras siglas e não fará parte de qualquer outro governo.
“Todas as decisões serão tomadas pelos
militantes. Não deixaremos ninguém influenciar”, disse.
Fonte:
Agência Brasil
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